1. INTRODUÇÃO
Descrevemos o caso a seguir, porque esta cadela persistiu num sintoma psicológico apesar das tentativas de terapia alternativa para supressão do mesmo, já que na medicina veterinária alopática não há opção de tratamento médico eficaz e inócuo. Fato é que, observamos certa angústia mental nos animais que apresentam o quadro de pseudoprenhes, e acreditamos ser necessário restituir-lhes o conforto emocional que merecem. Chama a atenção o caso deste animal, porque fazendo o mapa astrológico natal dela, constatou-se o potencial deste animal manifestar a pseudociese e até mesmo somatizá-la de forma grave. Assim, melhoramos o enfoque floral nos sintomas apresentados, analisando mais profundamente o real sentimento que possivelmente esta cadela nutre, para reagir desta forma, e, assim, conseguir chegar mais fundo no âmago do problema, a fim de tentar solucioná-lo.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 DESCOBERTA DOS FLORAIS– O floral Chicory foi a 5ª essência encontrada por Dr. Bach, em agosto-setembro de 1930, nos campos de milho ao redor de Cromer (PARONI & PARONI). Red Chestnut foi a 33ª essência, encontrada na região de Sotwell na primavera de 1935. A inspiração do Dr. Bach para procurá-la veio quando, em uma tarde dessa primavera, ele se feriu com um machado enquanto cortava lenha. Isso gerou uma preocupação excessiva em seus amigos, fato que lhe doía mais do que o próprio ferimento. Compreendeu, então, a necessidade de algo que aliviasse esse tipo de sofrimento. Logo depois encontrou o Red Chestnut em flor e teve a certeza de que era este que procurava (PARONI & PARONI).
2.2 CONHECENDO AS PLANTAS – Chicory – Chicória, Chicória de Bruxelas, Chicória do café. Endiva ( Cichorium intybus) são plantas, cujas folhas são usadas para preparar saladas e no uso culinário normal. A espécie usada pelo Dr.Bach é a chicória comum que cresce por toda parte na Europa, cujas folhas são pontudas, longas e delgadas de cor verde escuro com tons avermelhados. Suas flores surgem no verão perto do meio dia, apresentam uma coloração azul muito viva e um tamanho de até 4 cm (CAMPADELLO). É uma planta perene, com muitos ramos; atinge cerca de 90 cm de altura, cresce em solos calcáreos, à beira de estradas e campos de trigo, milho e outros cereais. Suas flores são bissexuais, não possuem talo, gostam de muito sol e crescem em cachos de duas a três flores de cor azul puro brilhante. São delicadas e frágeis, duram apenas um dia e murcham logo que são apanhadas (PARONI & PARONI). A planta de Red Chestnut é uma castanheira vermelha (Aesculus carnea). É uma árvore de até 30 m de altura com uma densa copa que se espalha por mais de 10 m, crescendo em qualquer tipo de solo. Sua casca é de textura um pouco grosseira, e sua floração apresenta flores vermelhas (CAMPADELLO). Como todas as castanheiras (Chestnuts), o Red Chestnut irradia muita luz quando suas flores se abrem. Parece uma árvore de Natal com velas vermelhas acesas. Sua folhagem é densa, dando uma grande sombra que protege as pessoas que ficam embaixo dela. Apresenta flores em cachos, vermelho-rosadas; o fruto é uma castanha não comestível. Sua floração vai de final de maio a começo de junho. (PARONI & PARONI)
2.3 CHICORY X RED CHESTNUT - Dr. Edward BACH, descreveu Chicory como o floral para os que pensam muito nas necessidades dos outros e tendem a cuidar excessivamente das crianças, dos familiares e dos amigos, e sempre encontram algo que precisam endireitar. Essas pessoas estão continuamente corrigindo o que lhes parece errado e se comprazem com isso. Querem que aqueles dos quais cuidam permaneçam perto delas. E, segundo BACH, Red Chestnut é para pessoas às quais é difícil não ficarem aflitas pelos demais. Com frequência não se preocupam consigo mesmas, mas chegam a sofrer muito pelas pessoas que amam, antecipando as desgraças que podem ocorrer-lhes. Segundo GRAHAM & VLAMIS, Chicory trata a possessividade nos animais, o hábito de não sair de perto do dono (animais que são verdadeiros “grudes”) e a necessidade de chamar atenção. No tema Mãe e Maternidade, KAMINSKI & KATZ colocam que Chicory é utilizado para carência na mãe ou no filho; quando a mãe tende a manipular o filho com a finalidade de receber amor e atenção; remédio para ajudar uma criança que é demasiado dependente da mãe. Nesse mesmo capítulo descrevem a utilização de Red Chestnut para preocupação por demais aflita em relação ao filho; quando a mãe se identifica em excesso com o filho em vez de ficar em contato com seu próprio eu. Red Chestnut trata o medo e a preocupação excessiva com relação a outros animais ou pessoas e o comportamento superprotetor, segundo GRAHAM & VLAMIS. Para estes autores Red Chesnut pode ser utilizado em fêmeas cujos filhotes foram afastados definitivamente, ou, para animais que demonstram dedicação exagerada, prolongam seus cuidados maternais além do necessário ou custam a desmamar os filhotes. Chicory pertence ao grupo do Cuidado Excessivo com os Outros, e, Red Chestnut pertence ao grupo de florais para o Medo (BACH). Assim, segundo PARONI & PARONI, Chicory vai ajudar aqueles que são possessivos, apegados, ciumentos. Controlam e dirigem a vida dos que estão ao seu redor, pensando geralmente em seu próprio interesse, ficando tristes se os outros não fazem o que eles querem. Não existe aí a doação, segundo os autores, fazem por intenção, sempre colocando condições. É o amor condicional. Este floral vai trazer o amor incondicional, o amor verdadeiro, que é capaz de doar sem esperar nada em troca, referem os autores. Red Chestnut segundo PARONI & PARONI, é para a preocupação ou o medo de que aconteça algo ruim com os entes queridos. É para aquelas pessoas que tem excesso de cuidados e ansiedade pelos outros, especialmente pela família e amigos íntimos. Este floral vai transformar a preocupação em entendimento, para proteger e limpar a vibração negativa do medo, segundo estes autores. Para CAMPADELLO, Red Chestnut trata especificamente do desequilíbrio mental produzido pela situação de preocupação em exagero com os outros, mostrando à alma como a preocupação excessiva drena a energia vital positiva do indivíduo, fazendo com que este passe a ocupar o seu próprio espaço; quando a alma volta a ocupar sua esfera de consciência, ela pode ancorar-se efetivamente, tornando-se um verdadeiro agente de cura para os outros, irradiando pensamentos calmos e amorosos, praticando assim o amor incondicional. A autora GANEM classifica o floral Chicory no ego do orgulho. É um ego característico de pessoas muito carentes, que auxiliam os outros para que possam ser admiradas pela sua bondade e desprendimento, diz a autora. Em geral, continua, são pessoas gentis e sensíveis em relação à dor alheia. Se sacrificam no sentido do auxílio a quem quer que seja. São envolventes e carinhosos, finaliza GANEM. Já com relação a Red Chestnut, a autora descreve que é um remédio especial para pessoas especiais. Em geral, pessoas que necessitam desse floral têm um desvio sério de personalidade. São pessoas que revelam uma morbidez negativa, cujo prazer maior, consciente ou inconsciente, é o de extrair prazer das desgraças (GANEM). Para SANTOS, Chicory é utilizado para mães carentes, e, Red Chestnut para mães apreensivas com os filhos; segundo a autora, para Chicory existe o sentimento de injustiça, abandono, carência, enquanto para Red Chestnut existe o sentimento de negatividades. No repertório de WHEELER, não existe a rubrica GRAVIDEZ E MATERNIDADE; temos na rubrica MEDO, que Chicory tem medo de perder amigos; e, Red Chestnut medo de afastamento/ausência (para si). E, os dois florais neste repertório possuem o cuidado excessivo com os outros. Também a rubrica SUPERPREOCUPADO no cuidado com os outros (Chicory) e com a segurança dos outros (Red Chestnut). Em LAMBERT temos na rubrica GESTAÇÃO, a superpreocupação de Red Chestnut; na rubrica MEDO, o medo da solidão de Chicory; e, medo de abandono e isolamento de Chicory e Red Chestnut. Red Chestnut também tem medo de calamidades, catástrofes e do infortúnio, segundo este autor. Para KAMINSKI & KATZ, Red catástrofes e do infortúnio, segundo este autor. Para KAMINSKI & KATZ, Red Chestnut tem preocupação e inquietação quanto aos outros; medo excessivo pela segurança alheia. Segundo estes autores, a preocupação de Chicory é consigo próprio; para quem exige atenção e energia emocional desproporcionais às suas reais necessidades. No capítulo de relacionamentos pessoais, os autores colocam que Chicory é para quem usa comportamento negativo a fim de obter atenção; carência emocional. Assim, Chicory é utilizado para possessividade, para a pessoa carente ou exigente; sentindo que nunca recebe atenção suficiente dos outros. (KAMINSKI & KATZ).
Na apostila do curso de VIEIRA, temos que o caule e a raiz de Chicory dão uma espécie de leite, característica que a relaciona a Lua ou a qualidades maternas, segundo a signatura da planta. Esta autora faz referência do seu uso no processo de gravidez psicológica dos animais. Ainda, segundo CARTER, o tipo Chicory no seu estado negativo agarra-se firmemente aos que ama, não os solta, mesmo que seu amor os esteja sufocando, como aquela mãe, cercada de filhos, que quer ser imprescindível e espera que os outros se tornem seus dependentes. É quando cuida das pessoas que Chicory sente-se poderoso e possessivo, não dando liberdade aos que estão perto de si, e possuindo-os ao invés de amá-los sem compromissos. A autora finaliza dizendo que Chicory é insegura, carente e manipuladora. Ao contrário disto, Red Chestnut, segundo VIEIRA, tem a preocupação pela sobrevivência do outro, e, que a polaridade positiva deste floral é a proteção. Como exemplo de castanheira vermelha, as castanheiras sempre estiveram ligadas ao padrão “preocupação pela sobrevivência”, escreve VIEIRA. No caso de Red Chestnut, preocupação pela sobrevivência do outro. A autora refere o uso de Red Chestnut em relacionamentos simbióticos (também para os animais); na co-dependência emocional, favorecendo o processo de individuação. Segundo esta autora Red Chestnut deve ser associado a Walnut e Chicory.
2.4 ASTROLOGIA E FLORAIS – Em vez de tratar a doença, Bach passou a tratar a personalidade, a índole e o temperamento de seus pacientes, como explica DAMIAN. Inspirado pelas suas observações, voltou-se à pesquisa dos estados de ânimo demonstrados pelos doze tipos diferentes, e descobriu que existiam doze estados mentais principais. Este autor analisa o lado mãe dos signos zodiacais, colocando que os tipos Chicory (Escorpião) poderiam ser comparados a supermães que colocam a ambição que têm para seus filhos bem acima do amor que sentem por eles. O autor ainda descreve o signo-mãe do zodíaco, Câncer, dizendo que os cancerianos amam o lar e a família, seja a família em que nasceram ou a que eles mesmo formaram. Uma profunda segurança emocional motiva os do tipo Câncer, que sempre buscarão a segurança com grande tenacidade, coloca o autor.
Podemos dividir o mapa natal em quadrantes, e aí distribuir os sete grupos de florais, segundo DUQUE. A saber:
- 1º QUADRANTE - da casa 1 a casa 3 florais para o medo;
- 2º QUADRANTE - da casa 4 a casa 6 florais para insegurança e indecisão; também indicados florais para quem tem sensibilidade excessiva;
- 3º QUADRANTE - da casa 7 a casa 9 florais para quem não se interessa pelas circunstâncias atuais; também são indicados florais para quem tem preocupação excessiva com o bem-estar dos outros;
- 4º QUADRANTE - da casa 10 a casa 12 florais para os que sentem solidão; também são indicados os florais para desânimo ou desespero.
Assim, pode-se ser feita uma análise do mapa por meio da existência de um quadrante mais ocupado por planetas, mostrando um tipo de comportamento adotado (DUQUE).
O psicólogo e astrólogo Stephen ARROYO descreve que:
“os signos da água representam o refrescante, curativo e sedativo princípio da sensibilidade e da reação do sentimento.”
Simbolicamente, segundo este autor, o signo de Câncer, se relaciona com as estações de fecundação e fertlização. A correspondência psicológica de Câncer é a abundância de sentimentos, o sentimento da paternidade e da maternidade. Os conceitos-chave para este signo são, segundo o autor, protecionismo instintivo e empatia protetora. Outro signo de água, Peixes, tem como características positivas o ser compassivo, caridoso, emocional, intuitivo e introspectivo. Como aspectos negativos, a melancolia, pessimismo, timidez e indolência. O signo de Escorpião, também de água, tem como características negativas, o ser vingativo, temperamental, violento, desconfiado, ciumento e intolerante. Como positvo, o ser determinado, passional, consciente e realizador (MARCH & McEVERS).
Para os signos de água descritos acima correspondem os florais: Câncer – Clematis para o enfado ou indiferença; Peixes – Rock Rose para o terror, e, Escorpião – Chicory para o excesso de preocupação com os outros (DAMIAN).
Os nodos da Lua são corpos celestes; são pontos na longitude celeste onde a Lua cruza a eclíptica (ou caminho do sol). O nodo norte ( ou cabeça do dragão) é um ponto de ganho, de acréscimo, de confiança. É onde se absorve ou recebe. A sua localização no mapa mostra a direção que se esforçar para seguir, no setido de se realizar. O nodo sul (cauda do dragão) é um ponto de liberação ou abandono. É onde você precisa dar ou onde lhe tomam. A sua colocação no horóscopo mostra onde se pode tomar a saída mais fácil (MARION & McEVERS).
Os nodos lunares são importantes nas reações emocionais junto com a análise da Lua, e tanto o assunto da casa do nodo norte como o signo precisam ser desenvolvidos (DUQUE). Os nodos lunares, na astrologia médica, dizem respeito a associações, alianças, sociabilidade, senso comum, sublimação, fomento, influências coletivas, segundo MANN. Este autor coloca que as personificações dos nodos se referem a associações, grupos, clubes, união de trabalho e organizações. Assim, neste caso, o nodo Norte no signo de Câncer traduz a proximidade dos pais, associação de almas, ganho por propriedade, obrigações domésticas. O Nodo na casa 2, remete a uniões permanentes, alianças, pessoas devotadas, lealdade, segundo este autor.
O eixo nodal na segunda e oitava casas, fornece a dica de que o sistema de valores da pessoa é igual a de um dos pais, ou dos dois (MARION & McEVERS).
2.5. PSEUDOCIESE – também denominada pseudoprenhes, envolve mudanças hormonais que consistem em falsa prenhes que resulta em mudanças psicológicas e de comportamento (BEAVER). As mudanças comportamentais são frequentemente os primeiros sinais evidentes, chamando a atenção do proprietário. A cadela torna-se nervosa, ansiosa; ela geme e desenvolve um comportamento maternal para com os brinquedos ou objetos. O apetite é alterado; quase sempre recusa o alimento, ou então torna-se bulêmica, descreve MIALOT. A pseudociese, no entanto, deve ser considerada normal nas cadelas (BEAVER,MIALOT); isto porque a fase hormonal é a mesma em cadelas prenhas ou não (BEAVER). Desde que o corpo lúteo secreta progesterona por 60 dias após a ovulação na cadela, o estágio hormonal é o mesmo em fêmeas prenhas ou não. Aparentemente nenhum agente luteolítico é produzido para terminar com o corpo lúteo na ausência de fertlização. Por isto, a pseudogestação pode ser considerada fisiológica, no cão. Ainda segundo BEAVER, 75% das cadelas não prenhas apresentam alguns dos sinais de pseudogestação, como, nervosidade, guardar uma área, fazer ninho, distensão abdominal, glândula mamária desenvolvida com ou sem lactação, sinais externos de “labor”, cuidados consigo mesma, e guardar ou carregar um brinquedo ou objeto. A hipertrofia da glândula mamária e a lactação, duram aproximadamente 30 a 40 dias, segundo MIALOT, dependendo da importância do fenômeno. Por outro lado, como descreve este autor, as recidivas são muito frequentes, e várias cadelas podem apresentar uma lactação por pseudogestação a cada ciclo. A repetição deste estado não predispõe ao aparecimento de tumor mamário, relata o autor. Entretanto, MIALOT também explana que uma lactação de pseudogestação pode ser observada juntamente com um piometra1. BEAVER esclarece que seguindo uma prenhes fisiológica, a cadela voltará a ter um comportamento normal após 4-8 semanas, e, segundo este autor o melhor tratamento para a pseudogestação é não tratar. Existe uma interpretação para este fenômeno, relatada por MIALOT, onde Voight, explica o autor, propõe uma interpretação baseada no estudo do comportamento do lobo tomado como modelo canino. Em uma matilha, as fêmeas dominadoras impedem a cópula das dominadas, que após o parto tomam conta e nutrem seus filhotes. Tal comportamento também tem sido encontrado nas matilhas de cães selvagens. Este autor, refere MIALOT, interpreta a pseudogestação como um meio pelo qual uma fêmea aumenta sua representatividade genética na matilha onde todos são parentes. Mas, MIALOT coloca que parece difícil aplicar esta interpretação para a cadela. Segundo BEAVER, os animais que apresentam sinais externos de pseudociese desenvolvem a piometra menos frequentemente do que aqueles que não apresentam.
3. CASO CLÍNICO
Índia, é uma cadela Setter Irlandês, nascida a 22 de Junho de 2000, em São Paulo. Apesar de um exemplar belíssimo da raça, e de ter pedigree, nunca foi cruzada. É um animal meigo, dócil, que pede carinho. Mas, ela sabe se impor, como relata sua proprietária. Ela não é submissa, não deita nunca de barriga para cima, e, não permite que manuseiem seu posterior. Não apresenta medo de rojões, no entanto, manifesta medo com tremores quando vê o veterinário, ou quando vê a coleira. Também respeitava seu pai, porque certa vez ele rosnou para ela; e aí ela tremia para ele. No entanto, ela convive bem com os outros cães da casa, dividindo seu canil com sua mãe, e, com um exemplar macho da raça West White Highland Terrier.
A cada cio, a Índia manifesta pseudogestação. Ela faz ninho, cavando a terra, fica com apetite bastante reduzido, fica mais nervosa e produz bastante leite nas mamas inguinais. Para tratar este comportamento mais nervoso da Índia, ela recebeu Rescue Remedy antes de iniciar o tratamento propriamente dito com Florais de Bach. Antes disso, porém, ela sempre era medicada com homeopatia para a mesma finalidade. Também na época de final de ano, os animais que vivem junto com a Índia, tomam Rescue Remedy para o medo dos rojões; até mesmo um preparado só com Mimulus e Rock Rose, já foi ministrado a eles todos.
A Índia recebeu um tratamento individualizado tomando uma fórmula de florais de Bach, para tratar sua personalidade, através da seleção e repertorização de sintomas, mas, ela continuava apresentando a pseudogestação a cada cio, muito embora tivesse melhorado muito seu comportamento mais arisco; já recebia com festa a veterinária, e deixava até acarinhar seu ventre, sem entretanto, adotar a postura totalmente dorsal; ficava deitada lateralmente, porém abrindo as pernas para receber o carinho. Índia também já havia tomado Chicory para sua pseudoprenhes, sem resultado; no cio seguinte manifestava os sintomas novamente.
Foi então, que decidimos fazer o mapa natal de todos os cães da proprietária; e Índia foi medicada segundo a análise de seu mapa.
4. DISCUSSÃO
Ao longo de mais de 2 anos tratando deste animal com assiduidade, a autora notou que ela apresentava pseudociese após cada cio. Sempre com sintomas externos muito marcantes, bem como galactorréia intensa. Assim, associamos Chicory aos seus florais em agosto de 2007. Ela já vinha tomando homeopatia com a mesma finalidade. Ainda assim, no seu último cio, a Índia apresentou pseudogestação, com diminuição de apetite, leite em grande quantidade e cavava buracos na terra para fazer seu ninho.
Em dezembro foi prescrito o Remédio de Manutenção segundo DAMIAN, e, assim, Índia tomou Clematis, Rock Rose, Cerato e Gentian.
No início de 2008 ela apresentou novo cio e continuava com pseudociese.
No Mapa Natal da Índia, prevalece o elemento água (emotivo); seu signo solar é Câncer (água), com ascendente em Gêmeos (ar), e, seu signo lunar é Peixes (água). O signo de Câncer é um signo emocional, maternal, sensível e intuitivo, como mostram as atitudes da Índia. Seu signo lunar também é do elemento água, mostrando sua reação emocional sob influência de Peixes, cujo floral é Rock Rose, apresentando reações emocionais, intuitivas e introspectivas. Sob a influência deste signo, a Lua torna Índia muito imaginativa, no sentido positivo e negativo também, ou seja, ela está sujeita aos pensamentos de Red Chestnut no sentido de imaginar sempre o pior que pode estar acontecendo com seus entes queridos. O signo de Peixes está na cúspide da casa X, no mapa da Índia, sua casa de cura. Para a Lua no signo de Peixes, temos a palavra-chave emocionalmente instintiva; para Lua na casa IX, filosófico, imaginativo.
O Sol no signo de Câncer, neste caso, bem aspectado, confere uma certa longevidade e uma boa saúde, com base principalmente numa digestão bem feita.
Júpiter na casa XII do seu mapa natal, mostra que ela têm suas reações psicológicas e psicossomáticas potencializadas por este planeta, ou seja, ela é altamente susceptível a pseudociese, por este aspecto. Este planeta, nesta casa, propicia medos irracionais. Nesta situação, se fala em cura espiritual.
A cúspide da casa VI (casa da saúde – doenças agudas) está no signo de Escorpião, o que indica que ela está sujeita a problemas de saúde na região dos genitais (útero e glândulas mamárias), o que torna a Índia altamente susceptível a Piometra aguda. Urano na casa VIII indica que o stress natural pode ocorrer em órgãos e glãndulas reprodutoras. E, Netuno na casa VIII, também mostra que os órgãos sexuais deverão ser vigiados durante seu trânsito por este setor. Urano e Netuno estão sob o signo de Aquário. Entretanto, seu Plutão na casa VI, atua de modo tonificante, renovador das células e dos tecidos, fortificante e protetor da saúde; olhando sobre este prisma, possivelmente a Índia, realmente, não somatize esta patologia. O floral correspondente a este signo é Chicory, no entanto, não há nenhum planeta nesta casa, no mapa da Índia, indicando que não deve haver trabalho nesta casa, logo, Chicory aqui não seria tão marcante.
Seu mapa natal apresenta um “stellium” 2 em Câncer, envolvendo o Sol, Marte, Vênus e Mercúrio. Este “stellium” se localiza na casa 1, mostrando o quanto a Índia é maternal, feminina, e egocêntrica. O “stellium” está no quadrante do Medo, tornando este grupo de florais, especialmente importante para esta paciente. A saber: Mimulus, Rock Rose, Cherry Plum, Aspen, e Red Chestnut. Deste grupo de florais, analisando-se o sintoma pseudogestação, temos que Red Chestnut pode ser utilizado para gravidez e desmame. O medo de Red Chestnut é diferente do medo de Chicory, indicado para pseudociese. Chicory é possessiva, seu medo é perder o controle sobre os que ama. Red Chestnut teme por seus entes queridos, no sentido de ter medo que algo de mal lhes aconteça; na linguagem veterinária, Red Chestnut trata o medo e a preocupação excessivos com relação a outros animais ou pessoas e o comportamento superprotetor, o que define claramente a personalidade Câncer da Índia. Ele é usado para animais que demonstram dedicação exagerada, prolongam seus cuidados maternais além do necessário ou custam a desmamar seus filhotes – este comportamento nada mais é do que a expressão da pseudociese, aonde o animal perpetua o sentido da procriação e dos cuidados com sua cria. E, o animal do signo de Câncer, ainda mais com este signo enaltecido com um “stellium”, representa isto perfeitamente no comportamento da pseudogestação com lactação intensa e prolongada. Red Chestnut é utilizado para fêmeas que estão prestes a se separar dos filhotes temporária ou definitivamente, e, este talvez seja o medo real no caso da Índia. Por isso, a importância deste floral neste caso, porque Câncer é intuitivo, maternal, tradicional, e também, egoísta, com pena de si mesmo, a ponto de temer se separar dos seus, e, não poder tê-los mais por perto, a fim de zelar por eles. Diferentemente de Chicory, que é possessivo, na intenção de manipular seus próximos para que assim consiga o que quer deles (é o amor que pede algo em troca); o amor de Câncer nada pede em troca, quer apenas superproteger. E, este detalhe simplesmente, já diz muito em se tratando de animais, que não conhecem o amor egoísta que exige algo em troca, e, tão apenas procuram defender sua prole bem como seus entes queridos. Trata-se de um amor mais sublime, altruísta. Por isso, Red Chestnut parece estar mais afim neste caso do que Chicory. Mas, Câncer tem um quê de egoísmo e possessividade ao desejar manter sua cria perto de si, e aí talvez esteja a utilidade de Chicory para a Índia, como um floral de segunda escolha no quadro de pseudociese, associado ao Red Chestnut, para desfazer a relação de simbiose, como descrito por VIEIRA. Ainda segundo esta autora, podemos associar o floral Walnut nestes casos, para proteção contra idéias negativas que são projetadas pelos pensamentos de Red Chestnut.
Pela análise dos nodos lunares, vemos que este animal segue os passos de sua dona, que ficando viúva com três crianças pequenas, tinha como única preocupação a criação e os cuidados de seus filhos, temendo pelo futuro, e, segurança deles. Índia têm, realmente, os mesmos valores de sua dona, que para ela se encontra na nona casa, denotando aspiração, uma casa de vida. É com sua dona que Índia aprende suas lições de vida; ela vê sua proprietária como uma pessoa franca, receptiva, sábia e previdente (Lua em Peixes), com grande percepção psíquica da natureza e das necessidades de seus filhos.
E, a Lua em seu mapa natal está em quadratura com Júpiter e Saturno. Para estes aspectos temos os florais:
Júpiter/Lua: Clematis, Heather, Beech, Pine, Centaury;
Saturno/Lua – Heather, Gentian, Olive, Chestnut Bud, Oak, Rock Water, Elm, Larch, Mustard, Hornbean.
5. CONCLUSÃO
Astrologicamente falando, nossa paciente têm todo o potencial para desenvolver pseudociese, e, consequente piometra. Talvez ela ainda não tenha apresentado este grave quadro clínico, devido ao fato de estar sendo medicada para isto há tempos, e de alguma maneira ainda estar equilibrada, ou, simplesmente porque apresentando intensa manifestação exterior de pseudogestação, ela cai na porcentagem dos animais que apresentam piometra com menos frequência como apontado por BEAVER.
Na terapia floral temos a possibilidade, portanto, de tratar este desequilíbrio psicológico, utilizando o composto Chicory, Red Chestnut e Walnut, com Rescue Remedy associado ou não a esta fórmula, conforme conduta do terapeuta floral. Até o presente momento Índia ainda está em tratamento. Mas, temos a certeza de que poderemos ao menos minorizar sua angústia com este florais. Fica sempre, porém, a preocupação de não apenas mascarar os sintomas externos de pseudociese, mas sim, resolver o conflito mental da paciente, e, desse modo não fazer o animal interiorizar seus sintomas psicológicos, e aí sim, favorecer o aparecimento do quadro de piometra como relatado por BEAVER. Então, temos como alerta tomar o cuidado de nunca cometermos este erro, ao tentar qualquer outra terapia alternativa, porque neste caso realmente é preferível não fazer tratamento algum como sugere o autor MIALOT.
Percebemos, neste caso, em particular, a necessidade de tratarmos os aspectos da Lua, planeta tão importante neste tema astrológico.
E, fica aqui a idéia de se experimentar também o uso dos florais Chamomile (Califórnia) e Trimera (Minas) para o tratamento da pseudociese, posto que são florais correspondentes a Red Chestnut como descreve NAIFF em seu livro “Florais do Mundo”.
REFERÊNCIAS
ARROYO, Stephen. Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos. 9 ed. São Paulo : Pensamento,1993.
BACH, Edward. Os Remédios Florais do Dr. Bach – Incluindo Cura-te a Ti Mesmo – Uma Explicação Sobre a Causa Real e a Cura das Doenças e os Doze Remédios. 8 ed. São Paulo : Pensamento,1991.
BEAVER, Bonnie V. Canine Behavior: A Guide for Veterinarians. 1ed. Philadelphia: W.B. Saunders Company,1999.
CAMPADELLO, Pier. Autocura pelos Florais de Bach. São Paulo : Madras, 2002.
CARTER, Rachel. Aprendendo a usar os Florais de Bach – uma abordagem de autodesenvolvimento, aprendizado e uso dos 38 Florais descobertos pelo Dr. Edward Bach. 3 ed. Healingherbs do Brasil
CHANCELLOR, Philip M. – Manual Ilustrado dos Remédios Florais do Dr. Bach. 10ed. São Paulo : Pensamento,1995.
DAMIAN, Peter. A Astrologia e os Remédios Florais do Dr. Bach – Os Doze Remédios do Zodíaco.10 ed. São Paulo : Pensamento,1995.
DUQUE, Fatima Ferreira. Florais de Bach Por meio do Uso da Astrologia. São Paulo : MADRAS, 2004.
GANEM, Eliane. Os Florais do Dr. Bach e o Eneagrama – Um método seguro para diagnóstico e cura. 6 ed. Rio de Janeiro : Nova Era, 2001.
GRAHAM, Helen & VLAMIS, Gregory. Remédios Florais de Bach para Animais. 9 ed. São Paulo:Pensamento, 2006
LAMBERT, Eduardo. Os Estados Afetivos e os Remédios Florais do Dr. Bach – Um Repertório Completo para Uso na Terapia Floral. 6 ed. São Paulo : Pensamento, 2004
MANN, A. T. Astrology and the Art of Healing. London:Unwin Paperbacks,1989.
MARCH, Marion D.,McEVERS, JOAN. Curso Básico de Astrologia 11 ed. São Paulo : Pensamento,1997.
MIALOT, Jean-Paul. Patologia da Reprodução dos Carnívoros Domésticos. Porto Alegre: A Hora Veterinária.
NAIFF, Nei. Florais do Mundo. Rio de Janeiro : Nova Era, 2006.
PARONI,Mara; PARONI,Celso. Aprenda a Ser Feliz com os Florais de Bach. 2 ed. São Paulo: M.PARONI:C.PARONI, 2003.
SANTOS, Maria Cristina Nogueira Godinho dos. Tratado de Medicina Floral. São Paulo:Madras, 2008
VIEIRA, Rosana Souto S. Apostila do Curso do Instituto Cosmos de Terapia Floral. Campinas, 2002.
KAMINISKI, Patricia & KATZ, Richard. Repertório das Essências Florais – Um Guia Abrangente das Essências Florais Norte-Americanas e Inglesas, para o Bem-estar Emocional e Espiritual. 3 ed. São Paulo : TRIOM, 2003.
WHEELER. F. J. Repertório dos Remédios Florais do Dr. Bach. 6 ed. São Paulo : Pensamento,1993.
Bibliografia consultada
CUNNINGHAM, Donna. Astrologia e Cura Através das Vibrações. 10 ed. São Paulo : Cultrix, 1998.
MANN, A. T. Astrology and the Art of Healing. London : Unwin Papaperbacks, 1989.
SURANY, G. B. de. Manual de Astrologia Médica. 10ed. São Paulo : Pensamento, 1995.
QUEIROZ-TIBET, Elizabeth. Astrologia da Saúde Funcional e Ortomolecular. 1 ed. São Paulo : Roca, 2002.
ANEXOS
ANEXO A – Mapa Natal
É praticamente impossível termos a hora exata do nascimento dos animais. Assim considera-se o horário de 6:00 hs. Confirma-se este horário com a análise do ascendente.
1 Piometra – afecção caracterizada pelo acúmulo de pús no útero. Sua importância na cadela está ligada a frequência e à gravidade. O prognóstico é considerado como grave. (MIALOT)
2 No stellium encontramos uma configuração muito importante, onde temos três ou mais planetas, todos em conjunção. Esses planetas criam sua própria ênfase e ação, aumentando grandemente a importância do Signo e da Casa em que caem. (MARCH & McEVERS)
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